Eu nasci corpo, sorriso e olhos, que não eram “de ressaca”. segundo minha mainha, eram olhos curiosos, grandes, castanho-esverdeados, mais verdes que castanhos.
Descobrir o mundo com engatinhadas e questionamentos até que era fácil, quando não havia tomadas de energia no caminho.
Mas o tempo também passa para quem deseja sérios desafios.
As pessoas grandes impulsionaram uma coragem recolhida dentro de mim, para que eu andasse com meus próprios pés.
Aí, eu percebi que o espaço era bem maior que aquele cercado retangular e os braços de minha mãe.
Tudo se tornou amplo demais, fazendo com que nascesse a ambição honesta de crescer.
As roupas e calçados pequenos, a cada ano, davam lugar a novos tamanhos.
Pude acelerar meus passos nas pedaladas de uma bicicleta e os meus diários puderam segredar meus primeiros textos e dúvidas.
Foi nadando que minha respiração descansou aliviada e, com a sapatilha nos pés, descobri as limitações e belezas de uma dança. Agora, eu era também voz, ritmo e cheiro.
Olimpia Pacheco.
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